A base do sistema económico é o mecanismo do trabalho por salário. O sistema económico inteiro está baseado em seres humanos que vendem o seu trabalho como uma mercadoria no mercado livre. Se os humanos não têm a opção de trabalhar para viver, então o sistema monetário como o conhecemos, está acabado. Ninguém pode comprar bens se não ganha dinheiro. As empresas não podem suportar a produção se o consumidor não tem poder de compra para comprar seja o que for.

  E quer queiramos quer não, desde os anos 20 tem vindo a acelerar cada vez mais um processo que invalida o sistema financeiro: a substituição do trabalho humano pelas máquinas.

Tendo em conta que o mercado capitalista está construído sobre a lógica de reduzir os custos para aumentar os lucros, a inclinação para substituir o trabalho humano sempre que possível pela automação das máquinas, é uma progressão natural da indústria. O que isto significa é que o desemprego não

resulta dos problemas habitualmente referidos como a subcontratação das empresas estrangeiras ou emprego imigrante mas sim do desemprego tecnológico, ou seja o desemprego é devido, em grande parte, à nossa descoberta de meios para economizar o uso de trabalho.

Se pensarmos bem, uma máquina é muito mais precisa do que qualquer ser humano e não precisa de intervalos, salário, seguros de saúde ou outros benefícios. Não podemos culpar as empresas por preferirem máquinas a pessoas se o grande objectivo na sociedade monetária é ter menos custos e portanto mais lucros.

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História

A própria história é um grande exemplo deste desemprego tecnológico. Como se sabe, antigamente a população trabalhava maioritariamente na agricultura (60% da população americana trabalhava em 1860 neste sector, actualmente já são menos de 3%- No entanto a produção agrícola subiu); mais tarde a população começou a trabalhar na indústria, mas esta também sofreu com a tecnologia (em 2003, um estudo foi feito das 20 maiores economias do mundo, abrangendo o período de 1995 a 2002, descobrindo que 31 milhões empregos na indústria foram perdidos, enquanto a produção actualmente cresceu em cerca de 30%). Mais uma vez a produção aumentou ao mesmo tempo que os trabalhadores foram despedidos.

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Actualidade

  Neste momento e já há alguns anos o grande sector que tem suportado o emprego é a indústria dos serviços (Em 2002 a percentagem de americanos empregados neste sector era de 82%). No entanto também este sector está a perder a sua importância à medida que tudo é automatizado. Um bom exemplo são os bancos (neste momento é estimado que 90% dos clientes usam caixas multibanco), as empresas de comunicação (os operadores das telecomunicações foram quase todos substituídos por sistemas computadorizados de atendedores de voz), os correios, os supermercados, as bilheteiras, os cafés, etc. (onde é cada vez mais visível uma substituição dos empregados por quiosques computadorizados ou máquinas de self-service).

  Isto deve se, em grande parte, ao facto, de quase todas as profissões actualmente serem de cariz técnico. Ou seja, são poucas as profissões em que o profissional não pode ser substituído por máquinas. Para clarificar isto melhor, aqui estão alguns exemplos:

• Quando um médico o examina, tudo o que ele ou ela está a fazer é referenciar mentalmente o que foi aprendido. Por exemplo se você for a um dermatologista porque acha que pode ter um cancro no seu braço, o médico vai examinar a pele e tendo em conta o que aprendeu vai tirar uma conclusão ou então pode tirar uma amostra de pele para ser testada por análise numa máquina. É um processo técnico. Não existe motivo para que um digitalizador óptico ligado a uma base de dados não possa ser inventado para poder digitalizar o seu braço e imediatamente compreender que problema existe.
•       Outro exemplo são os mecânicos. Se temos um problema com o nosso carro, vamos a um mecânico e ele usa as suas capacidades de reconhecimento de padrões e memória associativa para considerar as possibilidades que possam ter causado o problema, juntamente com as possibilidades para resolver o problema baseado no raciocínio. É um processo técnico e objectivo.

  O mesmo se aplica a quase todas as profissões existentes actualmente e portanto o único obstáculo à libertação da força de trabalho humana de trabalhos monótonos e repetitivos é a necessidade de manter empregos. Não se pode substituir toda a gente porque se não ninguém ganha dinheiro e deste modo ninguém vai poder pagar por determinado produto.

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Variação do desemprego consoante o país

No entanto, a crise actual está a acelerar este processo, porque à medida que se torna mais difícil competir nos mercados as empresas fazem tudo para baixar as despesas (por exemplo: o número de desempregados por 100 activos na zona euro em 2007 era de 7,4 e em 2008 7,5, ou seja aumentou pouco, no entanto em 2009 já era 9,4).

Neste momento os únicos países que têm muito emprego são os em desenvolvimento (China, Índia, Brasil, etc.), mas isto só acontece, porque nestes países os ordenados são tão baixos que é mais rentável ter as pessoas a trabalhar que máquinas. Não é uma opção ter em países desenvolvidos pessoas a trabalhar por menos de 150€ só para não haverem desempregados. Por exemplo, a China é muito provavelmente o país com o ordenado mínimo mais elevado no sudoeste asiático e este ano até aumentou em 20%. No entanto o ordenado ainda é apenas de 115€ (Lista de ordenados mínimos na tabela no fim da página).

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Coclusão

Tendo isto em conta, os pensamentos que nos ocorrem é: Qual é o novo sector que vai emergir para onde irão todos os desempregados? O grande problema é que este não existe. E até quando é que vamos ignorar o desenvolvimento tecnológico para manter empregos?

Logo, o desemprego vai aumentar e este facto torna o sistema monetário e o próprio capitalismo obsoletos. Como é óbvio se as pessoas não têm empregos, elas não podem suportar a economia comprando coisas e também não se podem suportar a elas mesmas e à sua família.

Concluí-se assim que o novo sector é o desemprego e que este só vai trazer pobreza e revolta social.

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Anexo:

Tabela com os salários mínimos em vários países:

Base: https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_minimum_wages_by_country

 

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Bibliografia:

• https://www.clubeinvest.com/forumbolsa/forum-de-bolsa/hoje-fala-se-dos-chineses-como-os-salvadores-da-economia/?action=printpage
• Pordata (https://www.pordata.pt/azap_runtime/)
• JOSEPH, Peter, Activist Orientation Guide, Guia de Orientação Activista, Estados Unidos da América, 2009
• https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_minimum_wages_by_country
• https://www.cefetsp.br/edu/eso/globalizacao/desempregosinger.html