O capitalismo, também chamado de liberalismo, é o sistema monetário actual e dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo.
Como funciona?
Na sociedade actual os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos, as decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos pelos proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas.
Também é importante salientar que, este sistema assenta sobre a moeda e a mesma tem diversas funções reconhecidas, que justificam o desejo de as pessoas a reterem:
- Meio de troca: A moeda é o instrumento intermediário aceite por todos. Isto significa que a moeda serve de meio de pagamento geral para ser recebido em contrapartida da venda de um bem e entregue na aquisição de outro bem, tornando possível troca indirecta em vez de troca directa.
- Unidade de conta: Permite contabilizar ou exprimir numericamente as posses e as dívidas.
- Reserva de valor: A moeda pode ser utilizada como uma acumulação de poder aquisitivo, a usar no futuro. Deste modo, e porque pode não existir sincronia entre a despesa e a receita, pode ser guardado para ser usado no futuro, tanto por motivos de precaução como por motivos de natureza psicológica.
A moeda não é o único activo a desempenhar esta função; o ouro, as acções, as obras de arte e mesmo os imóveis também são reservas de valor. A grande diferença entre a moeda e as outras reservas de valor está na sua mobilização imediata do poder de compra (maior liquidez), enquanto os outros activos têm de ser transformados em moeda antes de serem trocados por outro bem.
Os problemas:
- A necessidade de consumo cíclico, fazendo com que os produtos sejam construídos com materiais de fraca qualidade e com um desgaste muito rápido implicando assim um desperdício tanto a nível económico (por implicar uma substituição futura devido a avarias) como ambiental.
Exemplos disto não faltam, apesar de muitas vezes não serem vistos como problemas, o facto de se venderem computadores, telemóveis, carros e muitos outros produtos de qualidade inferior para serem mais acessíveis não faz sentido se pensarmos em nível ambiental e de qualidade de vida porque estamos a desprezar a nossa capacidade de fazer uma coisa óptima e a fazer um produto medíocre simplesmente para ser mais vendido, sabendo que o produto passado pouco tempo vai ter de ser substituído porque se encontra desactualizado ou avariado.
Isto porque se fossem usados sempre os melhores materiais, para além das pessoas não puderem comprar devido ao preço muito elevado criado pela escassez, referida a seguir, o tempo de vida útil do produto seria tão elevado que a empresa que o vende chegaria a um momento e não teria clientes e entraria em falência. Fazendo com que os produtos sejam de qualidade inferior garante que existam sempre produtos melhores para serem comprados.
- A abundância da escassez, querendo isto dizer que os bens e serviços são deliberadamente feito escassos para assegurar o lucro dentro da equação de oferta e procura;
Como se sabe hoje em dia o mercado é regulado pela lei da oferta e da procura pelo que quanto menor for a quantidade de produto existente maior vai ser o seu preço. Imaginemos que acordarmos um dia e, hipoteticamente falando, apenas existem 1000 maçãs no mundo inteiro, sem a possibilidade de se plantarem mais, o valor dessas maçãs subiria disparatadamente, pois elas são agora extremamente escassas.
Obviamente que tanto a qualidade do produto como o preço da sua extracção são extremamente importante na atribuição dos preços, mas nem sempre são assim tão importantes, como se pode ver pelo exemplo.
- A prioridade do lucro, denotando a vasta corrupção comum no mundo devido à necessidade de se gerar rendimento. O lucro é o retorno positivo de um investimento feito por um indivíduo ou uma identidade nos negócios.
Seguindo esta definição é fácil relacionar lucro com corrupção, pois hoje em dia a necessidade de um investimento ter retorno é muito alta levando assim aos mais diferentes esquemas e redes de corrupção.
- Manipulação fiscal, referindo-se ao modo como os sistemas de bancos centrais do mundo trabalham para controlar a economia para o benefício das suas corporações constituintes e do poder instituído;
Como exemplo o enorme poder do banco central europeu e de outras grandes corporações nos países da Europa e ainda o Fundo monetário internacional (FMI)
O FMI foi criado em 1945 e tem como objectivo básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, notadamente através da promoção da cooperação e da consulta em assuntos monetários entre os seus 184 países membros.
Ao contrário do que se possa pensar, o FMI não é uma organização em que todos os países possuem o mesmo poder de voto. Cada país membro detém uma cota a ser determinada com base nos seus indicadores económicos, entre eles o PIB, assim quanto maior a contribuição ao FMI, maior é o peso do voto nas decisões.
Isto faz com que os países com mais dinheiro (maiores contribuições ao FMI) tenham um grande peso nas decisões que afectam outros países, mais pobres. Na tabela em anexo podemos verificar os países com maior poder de voto, sendo possível concluir que os 10 primeiros países dos 184 têm mais de 50% do poder de voto total.
- Desequilíbrio social e injustiça social, o que faz com que exista extrema pobreza e falta de oportunidades para uns e riqueza, poder e muitas oportunidades para outros;
- Uma crise que condiciona e limita as hipóteses de muitos cidadãos e hierarquiza ainda mais a sociedade.
- A divida existente é superior ao dinheiro disponível, ou seja, se os países, hipoteticamente, pagassem todas as suas dividas o dinheiro “desapareceria” e ainda continuariam a existir dividas. Isto porque quando um país ou alguma pessoa precisa de dinheiro, seja para injectar na economia ou para investimentos, este vai pedir dinheiro ao banco central ou a um comercial, respectivamente. E sempre que se pede dinheiro ao banco, ficamos a dever o dinheiro que pedimos, mais os juros.
Actualmente cerca de 96% do dinheiro nos países ocidentais vêm à existência como dívida (dinheiro-crédito) criada por bancos comerciais na forma de promessas de pagamento. Como se pode ver na figura quanto mais dinheiro existe, mais divida existe pelo que assim que os bancos pedirem o dinheiro a economia colapsa, que é o que está a acontecer neste momento.
Anexo
Poder de voto
1º |
17,46 |
|
2º |
6,26 |
|
3º |
6,11 |
|
4º |
5,05 |
|
5º |
5,05 |
|
6º |
3,32 |
|
7º |
3,28 |
|
8º |
2,99 |
|
9º |
2,99 |
|
10º |
2,79 |
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_Monetário_Internacional
Bibliografia:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_Monetário_Internacional acedido a 1/03/11
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Alienação_fiduciária acedido a 1/03/11
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo acedido a 1/03/11
- https://www.fesga.org/?p=937 acedido a 1/03/11
- JOSEPH, Peter, Where Are We Now?, Onde estamos agora?, plateia universitária de Londres, 25 de Julho 2009
- JOSEPH, Peter, Activist Orientation Guide, Guia de Orientação Activista, Estados Unidos da América, 2009