Economia baseada em recursos

                 Uma economia baseada em recursos utiliza os recursos ao invés de os comercializar. Todos os bens e serviços estão disponíveis sem o uso de moeda, crédito, câmbio ou outra forma de dívida ou servidão.


Objectivo

 

              O objectivo deste novo cenário social é libertar a humanidade dos papéis arbitrários, repetitivos e mundanos que não sustentam nenhuma relevância para o desenvolvimento social, enquanto encoraja um novo sistema de incentivo que está focado na auto-realização, educação, sensibilização social e criatividade, em oposição aos objectivos superficiais e auto centrados de riqueza, propriedade e poder que são dominantes hoje em dia.

 

 


Invenção e divulgação

                A sociedade baseada em recursos é um projecto em evolução, desenvolvido por Jacque Fresco e apresentado como o Projecto Vénus. Este projecto é divulgado por todo o mundo pelo Movimento Zeitgeist.

 


Em que consiste

 

                Segundo o projecto Vénus a Terra é abundante em recursos e os nossos métodos ultrapassados de racionar recursos através do controle monetário já não são relevantes, nem possíveis (como é possível verificar nos textos sobre os problemas da sociedade actual e o desemprego tecnológico).

 

                 O que interessa é que a sobrevivência física e a qualidade de vida são baseadas somente no nosso uso, gestão e preservação dos recursos da Terra.

 

                 Como expressado previamente, as estatísticas têm demonstrado que os seres humanos estão a ser cada vez mais substituídos por máquinas automatizadas na força de trabalho, causando desemprego e, por isso, uma redução no poder de comprar da cidadania, abrandando o suposto crescimento económico. No entanto é visível, hoje em dia, uma retenção do desenvolvimento tecnológico para manter as pessoas empregadas.

 

                 Numa sociedade baseada em recursos, ao contrário do que se faz hoje em dia, o objectivo seria maximizar as nossas capacidades tecnológicas com o objectivo de acabar com os trabalhos monótonos e mecânicos, reduzindo problemas derivados destes trabalhos, e aumentando o potencial da indústria e dos serviços.

 


Como é que se faz tudo isto?

 

                Nesta parte são explicadas as etapas através das quais seria possível, segundo o projecto Vénus, conceber um sistema de produção que maximize a alta qualidade final, reduza o desperdício, considere o equilíbrio dinâmico da Terra e reduza o trabalho humano repetitivo e mecânico. Baseando-se no método científico, o raciocínio lógico para os métodos de produção industrial seria desdobrado em várias etapas:

 

1.Pesquisar os recursos planetários. Sendo crítico saber o que está disponível neste planeta, uma base de dados central, constantemente actualizada, que recebesse informação de todos os sectores de recursos do planeta, permitiria que a produção industrial estivesse constantemente a ser ajustada para compensar qualquer escassez emergente, juntamente com a distribuição de matérias-primas, baseada na disponibilidade e aplicação mais relevante. Permitindo que se um recurso se tornasse escasso a sua extracção fosse parada e se procuram-se alternativas e substituições;

 

2.Decidir o que é necessário produzir, orientado pela prioridade, abrangendo desde necessidades cruas como alimento, água, abrigo, a artigos de produção utilizados para propósitos não utilitários, tais como entretenimento multimédia, rádios, instrumentos musicais, etc. Não esquecendo que as necessidades estão sempre em transição, pelo que, o que pensamos ser necessário hoje me dia, pode não ter nada a ver com que vamos pensar daqui a uns anos. Tendo em conta que a ciência e a tecnologia são barómetros da necessidade utilitária humana, todos os produtos feitos devem ser tão avançados quanto esse período de tempo permita. (Se reflectirmos um pouco a maioria dos produtos produzidos actualmente não existiria se a sociedade se focasse no que melhor serve as necessidades da sociedade em si mesma.);

 

3.Optimização dos métodos de produção, maximizando a esperança de vida dos produtos. Numa e.b.r. tudo o que fosse produzido teria a esperança de vida mais longa possível de acordo com o que é tecnicamente possível. A alta eficiência do trabalho de automação, juntamente com a abundância de recursos cientificamente gerida permitirá um ambiente fluido, quase livre de escassez que pode ser operado por apenas uma pequena fracção da população.

 

4.Métodos de distribuição para o acesso humano. (Os métodos de distribuição também dependeriam do estado da tecnologia. Com o passar do tempo, a produção poderia teoricamente tornar-se tão racionada que um produto seria apenas criado quando o pedido fosse realmente feito. Uma vez que nenhum dinheiro é usado neste sistema, a necessidade de uma pessoa acumular os seus artigos diminuiria consideravelmente, e obviamente não existiria motivo para uma pessoa roubar algo que está disponível para todos. Para além disso como os recursos seriam concebidos para durar o mais possível, os valores consumistas cultivados que existem hoje em dia poderiam vir a ser deixados para trás, porque como mostrado anteriormente as mentalidades também dependem do meio em que vivemos pelo que podem e estão constantemente em mudança. Para obter um produto, uma pessoa iria provavelmente online, procuraria pela funcionalidade do artigo, seleccioná-lo-ia e o pediria. Estaria disponível para levantamento ou entrega brevemente.

 

5.Reciclagem optimizada dos produtos que se tornam desactualizados ou inoperáveis. Cada produto concebido teria incorporado em si mesmo a importância da reciclagem. Nada usado na produção seria insustentável ou sem possibilidade de reciclar, de alguma forma. Isto é estrategicamente considerado para assegurar que todos os produtos mais antigos são reutilizados, na maior capacidade estabelecida pelos métodos conhecidos, reduzindo o desperdício.


Manutenção das máquinas

 

               Hoje em dia, a maquinaria está a ser combinada com a informatização. Essencialmente, o computador é o cérebro da máquina e instrui a máquina sobre o que fazer. Esta combinação de máquina e inteligência computacional pode ser definida como "Cibernização". Actualmente, as máquinas cibernéticas, são, provavelmente, a invenção mais poderosa e influente que a humanidade jamais criou. As possibilidades destes instrumentos estão em ritmo de mudar toda a estrutura da sociedade, começando primeiro com a libertação da força de trabalho humana.

 

A derradeira automação fará a nossa indústria moderna tão primitiva e desactualizada tal como o homem da idade da pedra nos parece hoje. (Albert Einstein)

 

              Não só teriam extrema durabilidade e longa esperança de vida, estas máquinas avançadas eventualmente estariam capacitadas a se auto-repararem. Como certamente já repararam, nos carros mais recentes, existem luzes de aviso no painel que alertam para problemas com uma parte particular do carro. Estes avisos podem ser expandidos para qualquer maquinaria, e basta que o computador que controla a máquina esteja ciente do problema para máquinas suplementares serem usadas para reparar a avaria. Por muito fantasioso que possa parecer, máquinas auto reparáveis, estruturas e mesmo circuitos são realidades crescentes e a única razão pela qual não são mais usadas é que a produção de tal eficácia não é recompensada no sistema monetário.

 

              Esta evolução leva-nos a uma realização muito crítica que terá um efeito muito profundo no nosso progresso neste planeta: a delegação consciente da tomada de decisões a computadores é a próxima fase da evolução social. Os papéis utilitários que os humanos assumem na sociedade hoje em dia são fundamentalmente técnicos por natureza (tema abordado no texto sobre o desemprego tecnológico), e enquanto isto parece óbvio no que diz respeito ao trabalho físico, o nosso trabalho mental pode agora ser delegado a computadores também. Para compreender isto devemos lembrar-nos que o raciocínio lógico - que é a nossa capacidade cognitiva de encontrar soluções para problemas de um ponto de vista de causa e efeito, é inteiramente um processo técnico, baseado na quantidade de informação que temos num determinado momento.

 

             O que interessa é que não há realmente nenhuma área da operação humana que não possa ser extremamente aperfeiçoada pela delegação dos processos de tomada de decisão à inteligência computacional. O facto é que a única coisa que neste momento nos separa das máquinas a um nível cognitivo utilitário, é a nossa capacidade de criar associações complexas na nossa mente. Nenhum computador ainda hoje respondeu eficazmente quando questionado sobre uma questão complexa na língua inglesa, ou noutra língua. Requer que a linguagem seja transformada numa que seja programada para entender, tal como a matemática. Contudo, novos campos tecnológicos como a inteligência artificial estão a crescer com incríveis possibilidades para este tipo de sensibilização. Com o tempo, processos complexos de pensamento que se pensou serem concretizados pela mente humana, irão eventualmente ser alcançados por computadores.

 

              Nunca existirá tal coisa como um governo ético enquanto o dinheiro possa ser usado para influenciar as decisões dos participantes políticos. Se compreendermos que tudo o que diz respeito à organização social é um processo técnico, vemos então que há pouca razão para opiniões tradicionais na resolução de qualquer problema. Um exemplo que simplifica este tema é o seguinte: Se uma pessoa lê uma página de um livro e o fecha, ele ou ela pode facilmente ter uma opinião sobre esse livro como um todo. Se outros lêem o livro inteiro, eles também podem ter uma opinião. Que opinião valorizaria mais? A pessoa que leu o livro inteiro é vista por nós como tendo uma opinião melhor do que a da pessoa que só leu uma página.

 

               Por outras palavras, quanto mais informação é tomada em conta no processo de tomada de decisão, mais precisa essa decisão será. Como se sabe, os computadores podem agora aceder a triliões de bits de informação por segundo através de vastas bases de dados informativas e computar resultados quase à velocidade da luz. O facto de se fazer uma transferência da tomada de decisões para computadores reduz grandemente o erro humano e remove perigosos preconceitos, subjectividade e opiniões erróneas. Por causa das limitações do equipamento sensorial e cortical no nosso corpo e mente, ninguém pode saber tudo o que há a saber no mundo. Os nossos sentidos são limitados em alcance, os nossos olhos podem apenas ver uma fracção do campo electromagnético, portanto é uma progressão lógica que deleguemos as tomadas de decisão às máquinas, pois elas não têm estas restrições. Os computadores usados como instrumentos podem, e serão capazes de resolver problemas que os humanos simplesmente não podem devido às nossas limitações físicas e mentais.

 

               Numa economia baseada em recursos, as pessoas não tomam decisões, chegam a elas através do uso de instrumentos tecnológicos avançados que incorporam o método científico. Como é óbvio não há modo republicano ou liberal de construir um avião.


Quem trabalharia?

 

               Com a evolução da tecnologia e da ciência cada vez existiriam menos postos de trabalho, e os que restariam seriam de supervisão, feita por técnicos, do sistema e ajuda a orientar projectos de pesquisa para continuamente aumentarem a eficácia e a evolução social. Numa versão optimizada do sistema, não mais do que 5% do total da população mundial será provavelmente necessária para o executar. Quanto mais optimizada e poderosa a nossa tecnologia e os nossos métodos se tornam, mais esse número diminui. Eles simplesmente trabalhariam em campos científicos relevantes para a funcionalidade da sociedade.

 

              E este trabalho não teria nada a ver com os trabalhos monótonos que existem hoje em dia, e mais importante ainda, só trabalharia quem quisesse. Como é obvio não seria difícil encontrar 5% da população mundial disposta a dar um contributo para o bom funcionamento da mesma.

 


Quem tomaria decisões?

 

          Ninguém, chegam-se às decisões, pelo uso do método científico, utilizando computadores que obtêm resposta do ambiente em tempo real, juntamente com uma base de dados histórica, central, de toda a informação técnica conhecida e mantida por equipas interdisciplinares rotativas. A meta é aumentar as tomadas de decisão objectivas o mais possível e quando nós aceitarmos que os problemas na vida são técnicos, o mérito desta abordagem não tem paralelo. No final, as únicas questões verdadeiras para a sociedade e o mundo natural são:

 

1. A produção de bens e serviços que estão igualmente disponíveis para todos.

 

2. Projectos de pesquisa e sistemas educacionais para expandirem o nosso conhecimento, compreensões e aplicações.

 

3. As constantes monitorizações dos recursos da Terra e atmosfera para resposta de retorno e possíveis problemas ambientais.

 


Conclusão

               

            Este texto é apenas um resumo do que pode vir a ser uma abordagem do mundo, de modo a torná-lo num local em que as únicas verdadeiras ameaças para a humanidade tais como variáveis imprevistas como tsunamis, tremores de terra e doença. Onde os únicos problemas verdadeiros na vida seriam os problemas que são comuns a todos os humanos.

 

           Sendo um resumo nós aconselhamos a que se ficas-te interessado no tema visites o site o projecto Vénus ou que vejas os documentários que propomos neste site.

 

           Não esquecer que esta ideia de economia baseada em recursos não foi criada pelo nosso grupo mas sim pelo projecto Vénus pelo que tudo o que afirmamos é com base na informação dada no site deste projecto e do movimento zeitgeist.

 



Bibliografia:

0        JOSEPH, Peter, Activist Orientation Guide, Guia de Orientação Activista, Estados Unidos da América, 2009

0        https://www.thevenusproject.com

0        https://www.zeitgeistportugal.org